Cave Geisse Bruto rosé 2006

Não será propriamente uma novidade que os espumantes brasileiros se mostram cada vez mais competentes e atraentes, sérios e sofisticados, capazes de ombrear com muitos dos melhores vinhos espumantes do mundo. Nenhum deles, porém, e apesar de já ter tido a felicidade de ter provado um número significativo, me tinha cativado tanto como o Cave Geisse Bruto rosado, da colheita 2006, um espumante perturbador na elegância, complexidade e riqueza, num registo profundo e distinto que impressiona. Degorjado em 2011, é, apesar de carote, um belíssimo espumante… que poderia passar por champanhe sem qualquer dificuldade!

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5 Comments
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    Hugo Mendes

    November 1, 2011 at 21:01

    Caro Rui,
    Folgo em ver laivos de regresso…
    Quero um dia poder ser um grande fazedor de espumantes. Vou por isso experimentando, afinando a técnica, construindo conhecimento e provando.
    Fui ao Brasil no ano passado à expovinis e uma das coisas que levava em mente era precisamente a prova de espumantes.
    Não me recordo as marcas, os nomes, as datas de colheita nem os tempos sur lee… sou um péssimo enófilo.
    No geral, agradou-me a percepção dos vinhos. A complexidade de alguns e as características apuradas da maioria. Contudo falhavam maioritariamente na mousse. Uma forte sensação carbónica que, por momentos se sobrepunha ao vinho. Considero isso uma imperfeição (mesmo quando se trata dos meus!). Considero também que é daqueles “defeitos” quase obrigatórios nos primeiros anos, mas que se corrige com o tempo e com o aprofundar do conhecimento daquelas castas naquela quinta.
    O que lhe pareceu a mousse desse.
    Abraço
    HM

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    Rui Falcão

    November 2, 2011 at 09:05

    Caro Hugo, obrigado pelas palavras simpáticas mas na verdade ainda não sei se será um regresso passageiro ou um regresso com convicção. O tempo o dirá e penso que em breve já terei uma resposta mais concreta.
    Não escondo que gostei bastante deste Cave Geisse, delicado e fresco, complexo mas sóbrio, com uma gestão extraordinária da bolha, proporcionando uma mousse cremosa e nada agressiva. O Mario Geisse dificilmente poderá ser encarado como um principiante no capítulo dos vinhos espumantes. Foi para o Brasil há 35 anos (chileno de nascimento) para trabalhar com a Chandon e faz vinhos espumantes com marca própria há pouco mais de 30 anos. Os vinhos são surpreendentemente complexos.
     

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    Salvador Mósca

    January 19, 2012 at 20:46

    Prezado Rui,

    Fico muito feliz em ver um formador de opinião com um olhar menos preconceituoso sobre os vinhos do novo mundo em geral. Gostei muito do teu outro post falando sobre os vinhos australianos.
    Da mesma região da Serra Gaúcha que este Geisse temos outros produtores muito bons, nomeadamente: Casa Valduga, Pizzatto, Adolfo Lona, Don Guerrino.
    Bons vinhos nascem onde são bem feitos e ponto. Tradição é papo de vendedor…

    PS: O Mario Geisse também é diretor técnico da renomada Casa Silva no Chile.

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    Rui Falcão

    January 20, 2012 at 09:46

    Caro Salvador, obrigado pelos seus comentários. Sempre me dei mal com preconceitos e ideias feitas e não consigo ver o mundo como uma demarcação ente novo e velho mundo. Em qualquer lado há bons e maus vinhos, com e sem alma. Tem toda a razão quando diz que os bons vinhos nascem onde são bem feitos.
    Já me tinham informado que o Mario Geisse era director técnico da Casa Silva. Espero poder fazer uma prova alargada de espumantes brasileiros muito em breve.
     

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    Gil Mesquita

    May 5, 2012 at 23:53

    Caro Rui,

    conheço a Cave Geisse e tenho ido lá pelo menos uma vez por ano desde 2008.

    há muitos outros produtores de espumantes de ótima qualidade no Brasil. Você precisa agendar uma viagem pra cá e prová-los in loco.

    Saúde!

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