Guia de vinhos Rui Falcão 2010

Demorou… mas chegou! A partir de hoje, dia 28 de Outubro, poderá encontrar o Guia de Vinhos Rui Falcão 2010 numa livraria perto de si, num livro que surge com um grafismo renovado que irá permitir, espero, uma leitura mais desafogada.

Assumi, pelo sétimo ano consecutivo, o imenso desafio de escrever um guia de vinhos. Ainda não será muito como curriculum, mas será certamente um princípio de lastro. Escrever e produzir um guia de vinhos não é tarefa fácil. O esforço físico de provar milhares de vinhos num curto espaço de tempo representa um cometimento simplesmente brutal. A atenção, rigor e concentração exigidas, bem como o esforço intelectual de escrever tantas notas de prova, é absolutamente esgotante. As horas intermináveis de prova, os cuidados com a alimentação, os milhares de notas de prova escritas e transcritas, a concentração escrupulosa e a responsabilidade de proceder a uma avaliação rigorosa, obrigam a um rigor e disciplina quase militares. Infelizmente, e apesar de me obrigar a essa enorme disciplina, sei que a imparcialidade absoluta é assunto que está para além da condição humana. Resta-me apenas lutar por assegurar uma integridade irrepreensível.

Não é fácil assegurar que um Guia de Vinhos se apresente simultaneamente oportuno, bem escrito, prático, útil e imparcial. Para ser proveitoso, terá de ser escrito por alguém que possua um conhecimento profundo e exaustivo do tema. Um outsider, alguém que viva apartado do dia a dia do vinho, poderá, alegadamente, possuir e assegurar uma postura mais descomprometida e independente. Terá, porém, dificuldade em compreender e apreender os pequenos detalhes, os porquês, as razões para as angústias do passado e do presente, as perspectivas de futuro e as nuances de cada região. Porque avaliar um vinho não deve ser uma tarefa momentânea, um retrato instantâneo, uma percepção estática de um momento único no tempo. Ajuizar e julgar um vinho num guia de vinhos deve ser um processo dinâmico que requer acompanhamento constante e continuado no tempo.

Como na minha vida profissional tenho a ventura de poder ultimar diferentes provas verticais, e por acreditar que esta informação é particularmente relevante e interessante para os leitores por abonar uma imagem clara e conclusiva sobre a qualidade e consistência de cada produtor, decidi publicar os resultados de 26 provas verticais efectuadas ao longo do ano.

São cerca de 4.000 notas de prova que, para além de vinhos nacionais de todas as regiões, congregam ainda apreciações sobre vinhos alemães, argentinos, australianos, austríacos, chilenos, espanhóis, franceses, húngaros, italianos e neozelandeses.

Boa leitura!

 
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10 Comments
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    […] Falcao explica no seu blog o desafío que supón escrever unha guia de viños coma el o […]

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    João de Carvalho

    November 3, 2009 at 01:17

    Rui os meus parabéns pelo Guia, já dei um lamiré pelo dito e gostei do que vi, talvez a “colheita” com que mais me identifique.

    Cumprimentos.

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    Rui Falcão

    November 5, 2009 at 21:47

    João de Carvalho,

    Muito obrigado pelas palavras tão simpáticas. É sempre agradável sentir o retorno de um trabalho que exigiu tanto esforço.

    Abraço,
     

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    TertúliadoVinho-Rui

    November 6, 2009 at 01:30

    Caro Rui,

    Acredito que foi um desafio e um esforço muito grande ter lançado este Guia pois num universo tão vasto como é este nem sempre é facil sermos imparciais, claros e conclusivos. O seu Guia de Vinhos está muito bom!

    Saudações Vínicas…

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    joao freitas

    November 9, 2009 at 00:14

    Meu caro

    já comecei a ler o guia (como o faço todos os anos)
    mas tenho uma notícia chata para lhe dar. Há um problema
    na publicação e não existe as notas dos vinhos espanhois e
    são repetidas as dos franceses e dos húngaros.

    De resto os meus parabéns excelente como sempre

    Cumsp.
    J Freitas

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    João Rico

    November 9, 2009 at 15:05

    Caro Rui,

    Mais um fruto de um ano inteiro de trabalho e de 3 meses em velocidade furiosa.
    À semelhança das outras edições, deixo-lhe aqui o meu respeito e agrado pelo que tem feito. Profissional e preciso, como é, e sempre foi, tenho a certeza que não tardará em ver o pleno retorno deste trabalho ingrato mas porventura apaixonante. No meu caso, terá sempre alguém que adquire e que segue todos os anos o seu guia.
    Independentemente de todas as opiniões, espero que mantenha sempre a parte decidada a vinhos estrangeiros, pois são, no meu caso, uma excelente ferramenta de consulta para novos vinhos a explorar.
    Contuinuação de bom trabalho e muitos parabéns.

    JR

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    Rui Falcão

    November 11, 2009 at 00:47

    João Freitas,

    Agradeço os piropos mas fiquei preocupado com os comentários. Se bem percebi, existe um problema com a impressão do seu livro que não lhe permite ler as classificações dos vinhos espanhóis, acrescentado pot um problema de repetição de páginas dos vinhos franceses e húngaros. Se assim for, é muito desagradável. Nesse caso, sugiro que devolva o livro à livraria para que possa ser trocado por outro exemplar. Agradeço também que me confirme se é este o problema, e onde comprou o livro e quando fez a troca para poder verificar e identificar o erro de impressão com a editora.

    Abraço,
     

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    Rui Falcão

    November 11, 2009 at 00:57

    João Rico,

    Obrigado pelas palavras tão amáveis. Talvez eu tenha sido demasiado dramático nas últimas apreciações que fiz sobre as contrariedades em levar a cabo um livro deste estilo. Apesar de dura e cansativa, a empreitada não chega ao ponto de ser ingrata. E é, seguramente, a melhor forma de tomar o pulso ao que se faz em Portugal.
    João, não se preocupe, apesar de algumas opiniões pontuais pouco abonatórias por parte de pessoas ligadas ao sector sobre a presença de vinhos estrangeiros no guia, por vezes até desagradáveis e pouco elegantes, não tenciono mudar facilmente de convicções. Elas estão para ficar!

    Abraço,
     

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    joao freitas

    November 23, 2009 at 00:08

    Meu Caro

    Comprei o livro no corte inglês que prontamente me trocaram
    por um sem problemas.

    Foi-me dito que este erro acontece, às vezes, em algumas tiragens.

    Cumps.

    João Freitas

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    Pepe Cano

    December 24, 2009 at 15:15

    Soy un español aficionado al vino portugues, ¿donde puedo conseguir la guia del 2010 en España?

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